A descrição da tempestade poderá ser dividida em três
momentos:
1º momento (est.70 à 84): Camões terá aproveitado a sua
própria experiência de viajante e naufragou para descrever de uma forma
bastante realista a tempestade. Na impossibilidade de fazer o que quer que
fosse Vasco da Gama pede ajuda a Deus.
2º momento (est. 85 à 91): Vénus desce ao mar e manda as
Ninfas embelezarem-se. Estas, seduzindo os ventos, conseguiram acalmar a
tempestade.
3º momento (est. 92/93): Quando a tempestade termina, os portugueses avistam a Índia. Vasco da Gama, de joelhos, agradece a Deus a ajuda prestada.
Principais argumentos utilizados por Vasco da Gama na sua
suplica a Deus:
- A omnipotência divina (Deus já ajudara outros povos em
dificuldades)
- Os portugueses estão ao serviço de Deus (vão espalhar a fé
cristã por terras desconhecidas)
- É preferível uma morte heróica e conhecida em África a
combater, do que uma morte devido a um naufrágio anónimo, sem honras, nem
vitórias.
- Os sinais que alertam a proximidade da tempestade são o
vento e a nuvem negra.
- O mestre manda amainar, ou seja, tomar ou carregar as
velas mais altas, atirar tudo ao mar e dar à bomba.
- Os verbos utilizados para transmitir as ordens são:
“amaina” e “alija”
- O responsável pela tempestade foi Baco, que não queria que
os portugueses chegassem à Índia.
- A tempestade provocou efeitos terríveis, ela fez com que
as naus ficassem muito estragadas, o que provocou uma grande aflição aos
portugueses. Elementos textuais que podem ilustrar esta afirmação são:
“Quebrando leva o mastro pelo meio,/Quase toda alagada; A gente chama/ Aquele
que a salvar o mundo veio.”
- As expressões que traduzem a violência da tempestade são:
“Mostra a possante nau, que move espanto.” e “Vendo que se sustém nas ondas”.
- Os versos que traduzem o estado de espírito de Vasco da
Gama são: “Ora com nova fúria do céu subia” e “Confuso de temor, da vida
incerto”.
- O pedido de Vasco da Gama não foi atendido. A tempestade
não acalmou.
- A responsável pelo fim da tempestade foi Vénus.
- Expressões que comprovam a bonança da tempestade são: “E
logo à linda Vénus se entregavam/ Amansadas as iras e os furores/ De lhe serem
leais esta viagem”
Figuras de estilo
Estrofe
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Nome da figura de Estilo
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Exemplo
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75
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Perífrase
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“Aquele que a salvar o mundo veio”
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71
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Anáfora
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“Em pedaços a fazem cum ruído/ Que o Mundo pareceu ser
destruído”
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84
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Comparação
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“… os ventos, que lutavam/ como touros indómitos”
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81
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Apóstrofe
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“Divina Guarda, angélica, celeste”
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78
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Antonomásia
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“O grão ferreiro sórdio que obrou”
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84
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Personificação
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“…os ventos, que lutavam/..bramando…/Pela exárcia,
assoviano.”
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72
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Anáfora
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“Alija (disse o mestre rijamente),/ Alija tudo ao mar”
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86
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Hipérbole
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“Estas obras de Baco são, por certo,”
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81
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Dupla Adjectivação
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“…o segundo/Povoador do alagado e vácuo mundo”
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71
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Dupla Adjectivação
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“Quanto se dá a grande súbita procela”
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